A vergonha diminui depois dos 40. Na verdade a vergonha diminui ano a ano, desde que se nasce. Ou desde que se descobre que as coisas que fogem ao comum são coisas erradas, e que fazer essas coisas deve ser motivo de vergonha.
Quantas vezes sofri por falar palavras erradas, trocar o nome das tias de minha mãe ou peidar na frente de amigos.
Mas nada supera a maior de todas as vergonhas . Nove anos de idade, há exatos 32 anos atrás fui naquela que seria minha última festa junina.
Era domingo e o convite dizia claramente - "somente vestido de caipira".
Quantas vezes sofri por falar palavras erradas, trocar o nome das tias de minha mãe ou peidar na frente de amigos.
Mas nada supera a maior de todas as vergonhas . Nove anos de idade, há exatos 32 anos atrás fui naquela que seria minha última festa junina.
Era domingo e o convite dizia claramente - "somente vestido de caipira".
Ok. Minha mãe, contrariando sua atitude costumeira, passou a semana providenciando minha fantasia. Chapéu de palha, saia xadrez, conga vermelha e meia calça remendada. No cabelo trancinhas. Nas bochechas um "rouge" coberto com pintinhas pretas. Era Xiquinha caipira em pessoa.
Lá fui eu. Desci do carro do meu pai e bati na porta da casa de minha ex-colega de jardim de infância. Fernanda, vestida como uma criança normal abriu a porta e começou a rir como nunca.
- Foi ontem - ela disse, rindo sem parar.
Não consegui me mexer. esperei que meus pais corressem para me tirar dali, mas não. Me abanaram e arrancaram o carro, sem saber do desastre.
Passei a tarde na casa de Fernanda, vestida de caipira esperando a hora de ir embora. Brinquei, corri, comi, até a hora de ir.
Descobri , já em casa, que meus pais trocaram o dia da festa por distração e me deixaram com a vergonha.
Passei muitos anos odiando festas juninas, sem lembrar por que.
E também fui esquecendo de ter vergonha, e comprei roupas xadrez. casacos, calças, botas, meias, blusas e calcinhas.
Meus cabelos cortei de formas estranhas e enchi de muitas cores. Adoro chegar nas festas erradas.
Espero chegar aos 50 com rouge e sardas, cada vez mais sem vergonha.
Vou convidar a Fernanda!!
Lá fui eu. Desci do carro do meu pai e bati na porta da casa de minha ex-colega de jardim de infância. Fernanda, vestida como uma criança normal abriu a porta e começou a rir como nunca.
- Foi ontem - ela disse, rindo sem parar.
Não consegui me mexer. esperei que meus pais corressem para me tirar dali, mas não. Me abanaram e arrancaram o carro, sem saber do desastre.
Passei a tarde na casa de Fernanda, vestida de caipira esperando a hora de ir embora. Brinquei, corri, comi, até a hora de ir.
Descobri , já em casa, que meus pais trocaram o dia da festa por distração e me deixaram com a vergonha.
Passei muitos anos odiando festas juninas, sem lembrar por que.
E também fui esquecendo de ter vergonha, e comprei roupas xadrez. casacos, calças, botas, meias, blusas e calcinhas.
Meus cabelos cortei de formas estranhas e enchi de muitas cores. Adoro chegar nas festas erradas.
Espero chegar aos 50 com rouge e sardas, cada vez mais sem vergonha.
Vou convidar a Fernanda!!
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