segunda-feira, 30 de março de 2009

A Leveza do não



Dizer não é básico para a liberdade. Essa frase feita traz o paradoxo do não. Negar é ser dono do direito de expressão.
Desde que nasci busquei o conforto do sim.
- Claro mãe.
- Sim meu pai.
- Posso Professora.

Lembro que minha madrinha sempre valorizava muito minha disponibilidade. Meus avós gostavam, minhas tias. Todos.
E assim me tornei refém da aprovação alheia, daqueles que queria imitar.

Um sem fim de concordâncias me levaram pelo caminho da aceitação. Aos poucos e dolorosamente percebi que o SIM era uma jaula de luxo onde me fechei voluntariamente.

Confesso que dói ainda. Cada NÃO quebra uma imagem do passado que é acervo de meu museu particular. Mas essa quebra me deixa caminhar mais leve. Derrubar os ídolos.

SIM, eu posso ser dona dos meus NÃOs !!
A cada dia de NÃOs pra fora mais SIMs pra dentro me sobram.

Tenho até medo. Mais NÃOs ainda, podem me fazer voar, tão leve fica o peso de estar no mundo.

Lembro das receitas de minha vó, uma doceira perfeita.
- um pouco de açúcar
- 2 rodas de azeite
- uns pingos de leite

Assim devo seguir
- um sim, 2 não
- 3 não, 6 sim
- um toque de não sei.

E se eu passar do ponto?
Se os NÃO ganharem vida e saírem gigantes como King Kong nas avenidas da minha vida, amassando carros, assustando criancinhas?

Não tem volta. É tarde, que bom. Meu NÃO é meu tapete voador e me leva extamente onde quero , e só onde quero ir.

domingo, 15 de março de 2009

Yes !



Já é ano novo !!



Amanhã volto ao trabalho.
Segunda-feira.
Mês de Março.
Ano novo.

Passado o Carnaval e nos últimos dias do verão, voltando ao trabalho, sim - agora o ano começa.
Só que ele já está quase na metade.
Quando passar o feirão será o meio do ano.
E logo depois já estará chegando o Natal.

É assim que funciona a vida. Um intervalo rápido de tempo onde nos iludimos diariamente sobre a duração e permanência das coisas, dos dramas, das relações, dos problemas, dos amores, das dores, das alegrias, da presença das pessoas, de tudo.


Conforme o tempo - como o percebemos - passa, mais alto fica o ponto de onde vejo a vida. Como uma montanha que se vai subindo e aumentando a visão do vale. Novos intervalos de tempo, outra dimensão das coisas.

A desilusão é a maior fonte de paz que um ser humano pode acessar.

A vida é realmente bela.

segunda-feira, 9 de março de 2009