segunda-feira, 9 de novembro de 2009

...

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Paraíso das frases de efeito!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

afetos


A névoa aos poucos preencheu o vazio
E ele, mesmo assim, nao foi afetado...

Só os vales, montanhas e cataventos
deixaram de existir.

pARA hILDA 2


Amiga querida
Cá estou
Imersa naquilo
que tanto querias

Sim,há
e mata os desejos
como previste,
e não o tédio

Mas a paz fica
e Ele não vai
nem veio nunca

Aqui é,
apenas
repousa

Já sabias

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Conhecimento

Tudo o que conheço, MATO
Cada um
Coisas
Amores
Lugares

Como se marcasse um aao lado daquilo que penso conhecer

Desconheço então, A partir de agora, tudo aquilo que marquei

Esqueço o apreendido
desisto do saber

Abraço o frescor da descoberta

NADA SEI

domingo, 25 de outubro de 2009

Já me dei o poder que rege meu destino
E não me prendo a nada, para não ter nada a defender.
Não tenho pensamentos, por isso verei.
Não receio nada, por isso me lembrarei de mim mesma.
Desprendida e a vontade, Passarei como um jato pela águia para me tornar livre.

Carlos Castañeda em o Presente da Águia.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

HIlda


-
Hilda
Caçadora de Deus
maldita e devota

MInha parte mais ácida
amarga e entregue
Puro desejo
Espera vã

Se tanto quiseste
demais até
lá estava
sempre esteve

NÃO olhaste
bem aqui

terça-feira, 6 de outubro de 2009

cheguei...




É terça-feira.

Cheguei ontem no sítio onde me retiro voluntariamente. O lugar é lindo!

A vista da minha cabana inclui o morro da Borrússia, as antenas, lagos, parque eólico, Osório e até o mar...

O silêncio é óbvio.

Tenho por companhia o Mooji, Eckart Tolle, Osho e Krishnamurti, que encontrei por aqui. Além do sapo folha, que apelidei agora de Baba.

Nem o temporal afetou o silêncio. Ele continua, sempre...

Assim como o vento realmente não pode afetar o espaço.

Apenas o que é forma- e por natureza - transitório.

A paz É.

São poucas as distrações, e sem personificação ficam ainda menores.

Apenas a crença no outro pode criar ilusões que distraem.

domingo, 13 de setembro de 2009

Chove ainda... em POrto aLeGre





Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais

Vitor Ramil


Ele mesmo cantou pra mim agora há pouquinho num teatro cheio.
Esse verso, como sempre entra como uma agulha gigante lá fundo,
e não entendo,
Fui eu quem escrevi esta imagem ?
.
Ares de milonga...
Uma dor pungente
Fria
Chuvosa
Só os povos daqui
em baixo do sul do país tropical
sabem
do cinza que nos envolve
.
Ruas molhadas, ruas da flor lilás
desde sempre molhadas
tao diferentes do sol banhando
os mares de cima
.
Guaíba deserto, barcos que não estão
o rio que é lago
marrom e solitário
guarda os pingos do inverno
sonhando em ser ele mesmo
.
o desejo é das mentes
que sonham a felicidade
onde o calor
traz sorrisos gratis
.
me vejo
trópica
solar
nascida em outro sonho
mais amarelo
mais verde mais azul
Mas é sempre aqui...
.
Também eu me transformo numa canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
.
Chove em Porto Alegre
frio

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

coisinhas...

Semana passada fiz muitas coisinhas boas...

Digo assim, pois os problemas sempre são grandes para a mente, mas os prazeres são coisinhas bobas. Principalmente pra quem tem, entre os atepassados, alguns italianos que atravessaram o mar em busca de trabalho.

E a semana foi corrida, agitada, de muito trabalho mas cheias de belos programas:

Almocei no Vegan Mantra Gastronomia e Arte. Fica na Rua Santo Antônio, 372, decendo em direçao à Cristóvão. Já tinha ido lá muitas vezes e sempre adoro.

Também meditei diariamente.
Fui ao show do Lenine.
Num recital de Villa Lobos.

Vi muitos amigos.

Enfim...
Coisas
Horas
Já passaram

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

quem bate?









em volta tudo girando enlouquecidamente
sons via ondas
linhas telefônicas perdidas
telefonemas da matrix
conchavos de mentes entorpecidas

e aqui...

nada
nem um eco
incrível plateia
inabalável

quem bate na porta ?
quem ouve as queixas...

em que tempo pode o futuro ocorrer?

eterno ...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhh !!!!!

Silencio.
Parem tudo.
Todos os sons
De dentro
De fora
Afora

Silêncio
Digam nada
Sonhem nada
Façam nada

Silêncio

Silêncio

Silêncio

Dois dias e duas noites apenas
Sem nada dizer
Sem som e sem eco
Tao pouco
Só isso

E então ...

Quietude
Barulho
silêncio
soluço

domingo, 2 de agosto de 2009

Onde ando?


Tantos dias sem postar.
Tantas coisas aconteceram e acontecem a cada minuto que sempre penso que estou perdendo de escrever sobre o que realmente importa.
mas quando o fato vira passado surge aquilo: o que era mesmo importante?
Terminei o semestre do pós
Acabou a oficina de crônicas
O inverno resolveu deixar marcas
A Gripe A é um pânico
Tive que começar um tratamento pro estômago e me encher de remédios que odeio
As férias foram prorrogadas pelo medo da gripe
Continuam devastando 30km2 por dia na Amazonia
Minha mãe foi pra Bahia
Revi muitos amigos
Assisti peças
Vi filmes
Estive em São Paulo

Bom - talvez "aquilo" que ficou tenha sido o Museu da Língua Portuguesa. Na verdade não era importante, apenas lindo...

sábado, 4 de julho de 2009

Pacote de dados ?






Não recebo mais presentes fora de data.

- Sra, seu plano de pontos lhe garante o recebimento de um telefone TXH9 com acesso mobile, 500 mega de memória, agenda de 1000 nomes...

Eu ouvia aquela ladainha marketeira enquanto meus colegas me serviam picanha e cerveja gelada depois de um dia infernal no escritório.
O vendedor do Call Center seguiu me contando as maravilhas do aparelho que me davam de presente.
- OK, respondi, pode me mandar - e encerrei o assunto.

Sou do tipo que não dá nenhuma bola para aparelhos de celular. Uso o mesmo modelo até parar de funcionar. Não gasto um centavo com novos modelos hitech exibidos por colegas e amigos.
Então não conhecia nada sobre o TXH9 que chegou por motoboy mais rápido do que pude acreditar que ele existia.
Era preto, um enorme visor, uma caneta de ponta fina que tocava a tela e um teclado deslizante fantástico. Todos morreram de inveja, e eu pensei - e o pacote de dados? Quanto custa o pacote de dados?
Iniciei imediatamente a pesquisa antroposociológica em busca do real motivo de ter ganho aquele presente indesejado.

Liguei ao 0800. Depois de diversos menus desconhecidos fui atendida por alguém que, após pegar todos os meus dados, me encaminhou para outro alguém que novamente questionou os meus dados. Ahá, finalmente entendi o que é um pacote de dados.
Na terceira pessoa, o veredicto:
- Mas sra, o seu plano é pós pago e aqui é o atendimento do pré pago.
Pedi que me ele me passasse alguém que pudesse me ajudar, novo diagnóstico:
- Sra, o sistema caiu, ligue mais tarde.
Pedi ao operador que mesmo assim me passasse adiante.
- Não existe uma lei que me garante ser atendida em 1 minuto? Estou na linha há 20 e ainda não fui atendida.
- Senhora, a lei define 1 minuto para o atendimento e foi cumprida senhora.
- Mas meu caro, ainda não fui atendida e estou pulando de atendente para atendente mas meu problema continua.
- Senhora, a lei prevê atendimento e não a solução de seu problema. O sistema está em off senhora.

O TXH9 continuava me olhando do alto de sua tecnologia e uma nova mensagem passou a entrar a cada 5 segundos- "mensagem de rede - rede 51".

Nada do bonito calar a boca. O manual de instruções era um livro indecifrável.
Voltei ao 0800. Nova sequência de transferências absurdas até a frase tranquilizadora:
- Senhora, vou lhe transferir ao setor responsável
- Ufa, agora sim estou tranquila.

- Pois não senhora, qual seu nome por favor?
- Me diga você o seu nome.
- Senhora, qual seu nome?
- Não querida, você não entendeu, eu sou a cliente e quero saber o SEU nome.
- Lucinda senhora, em que posso ajudá-la-
Lucinda de quê?
- Senhora, afinal em que posso ajudá-la.
- Me dizendo seu sobrenome Lucinda
- A senhora é que deve me dizer seu sobrenome.
- Por que Lucinda, estou te ligando, sou a cliente, eu é que peço o serviço e quero saber seu sobrenome.
- Senhora, afinal de contas, em que posso ajudar?
- Lucinda, lembre-se : esta ligação está sendo gravada.

O silêncio que seguiu me explicou - Lucinda desligou.

O TXH9 continua apitando, mas eu tenho medo. Ainda não sei o que ele veio fazer aqui.

Mas que vergonha!


A vergonha diminui depois dos 40. Na verdade a vergonha diminui ano a ano, desde que se nasce. Ou desde que se descobre que as coisas que fogem ao comum são coisas erradas, e que fazer essas coisas deve ser motivo de vergonha.

Quantas vezes sofri por falar palavras erradas, trocar o nome das tias de minha mãe ou peidar na frente de amigos.

Mas nada supera a maior de todas as vergonhas . Nove anos de idade, há exatos 32 anos atrás fui naquela que seria minha última festa junina.

Era domingo e o convite dizia claramente - "somente vestido de caipira".
Ok. Minha mãe, contrariando sua atitude costumeira, passou a semana providenciando minha fantasia. Chapéu de palha, saia xadrez, conga vermelha e meia calça remendada. No cabelo trancinhas. Nas bochechas um "rouge" coberto com pintinhas pretas. Era Xiquinha caipira em pessoa.

Lá fui eu. Desci do carro do meu pai e bati na porta da casa de minha ex-colega de jardim de infância. Fernanda, vestida como uma criança normal abriu a porta e começou a rir como nunca.

- Foi ontem - ela disse, rindo sem parar.

Não consegui me mexer. esperei que meus pais corressem para me tirar dali, mas não. Me abanaram e arrancaram o carro, sem saber do desastre.

Passei a tarde na casa de Fernanda, vestida de caipira esperando a hora de ir embora. Brinquei, corri, comi, até a hora de ir.

Descobri , em casa, que meus pais trocaram o dia da festa por distração e me deixaram com a vergonha.

Passei muitos anos odiando festas juninas, sem lembrar por que.

E também fui esquecendo de ter vergonha, e comprei roupas xadrez. casacos, calças, botas, meias, blusas e calcinhas.

Meus cabelos cortei de formas estranhas e enchi de muitas cores. Adoro chegar nas festas erradas.

Espero chegar aos 50 com rouge e sardas, cada vez mais sem vergonha.


Vou convidar a Fernanda!!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Não, eu não sou alguém famoso. Mesmo assim me escrevo aqui para ser lida como se fosse.
Mesmo assim exponho sentidos que pertencem só a mim como se fosse.
E ainda assim busco comentários nos posts como se fosse.
Outro dia escrevi umas linhas sobre tudo que não sou, ou a sombra do que sou - apenas o que sou na superfície - e li no grupo de malucos que, liderados pelo Carpinejar, brincam de escrever crônicas nas terças-feiras à noite.
Ninguém gostou do texto e então, depois de espernear entendi.
Ainda defendo aquilo que "não sou", ainda me desculpo pelo que "sou". Ainda estranho os personagens ou os defendo como uma mãe apegada.
Ainda, apesar do discurso ideal, me identifico minuto a minuto com tudo o que personalisticamante visto, e mesmo idealizando a consciencia adquirida, não é...

Vitimizar-se é a maior auto exaltaçao.
Coitado de mim significa - sou o máximo.
Coisas óbvias mas escondidas.
Simples e complexas.

Qual a diferença entre a mediocridade e o sucesso?
No que eu acredito de verdade?

What else?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Outono em Porto Alegre




Desde que posso me lembrar eu amo o outono em Porto Alegre.

Tem uma dorzinha funda no peito que me aperta quando o céu fica azul, nesse tom de abril que se estende até maio, quando a chuva se atrasa.

Tem sido assim, todos os anos.

Abril chega, o azul escurece, a chuva para e a cidade se agita sobre uma calma que permeia tudo.

Os plátanos importados amarelam e flores improváveis florescem.

Os parques enchem, e a expectativa de um inverno escuro e solitário leva todos para a rua, freneticamente reunidos antes de hibernar.

Lembro da casa de meus avós quando o sol e o som do futebol no rádio preenchiam as tardes de outono na beira do lago, chamado Rio Guaíba. Os adultos dormiam ao sol e eu, ansiosa e agitada, esperava a hora de poder pegar minha bicicleta e voar pelas ruas de areia, banhadas pela brisa e pela luz de abril. As últimas tardes, antes das chuvas e do frio que só iria terminar na época de meu próximo aniversário, já na primavera, onde eu seria irremediavelmente mais velha.

Naquelas tardes eu já desconfiava que cada minuto vivido fosse um milagre que não poderia recuperar. E essa urgência me fazia correr entre as árvores do pequeno labirinto da praça de Belém Novo, em frente ao colégio onde jamais estudei, certa de que era agora ou nunca que aquela brincadeira poderia ser feita.

De lá para cá continuo correndo nos dias de outono com medo do frio que se aproxima, mesmo que hoje em dia ele raramente chegue.

Aquela dorzinha ainda me aperta quando vejo o contraste do verde das copas contra o azul mais escuro no céu, e as folhas secas no chão do parque da Redenção.
Acho que realmente o que me dói são essas folhas que insistem em cair todos os anos, como os dias que passam e não voltam, as pessoas que vão embora sem parar e o interminável mudar das estações que, dentro de mim, revolucionaram tudo, tantas vezes nesses anos.


E penso que aquele sonho do amor incondicional é como uma possibilidade que só nasce quando as folhas caem, mas então é quase inverno, e o que pode acontecer com um botão quando chega o inverno ?

Hoje amanheceu 6 graus e a chuva cai sem parar.
O azul acinzentou.
Logo faço 42..

terça-feira, 5 de maio de 2009

Coisas que ninguém sabe!

Adoro rir dos problemas alheios. O cara ali, se levando super a sério e eu ironizando ou ignorando. Não tenho a menor paciência para pessoas complicadas, geralmente são óbvias.
Só que elas não sabem dessa minha incapacidade, disfarço com perfeição.

Confesso que isso já me trouxe muita incomodação. No início ouvia os dramas com atenção zelosa, bocejava e depois arrematava com um "não é tão grave assim". Nem sempre surtia efeito. Muitas vezes o cara voltava à carga com histórias ainda mais melodramáticas, complexas e melancólicas ainda.
Muitas vezes abracei amigos, sequei suas lágrimas, coloquei pra dormir . Até pijama já vesti nas vítimas.

Tinha uma amiga com sérios problemas: "ninguém quer comer" dizia ela. Quanto sofrimento. Uma gatinha de 30 anos, recém separada, que costumava transar no corredor do prédio com um galã moreno de metro e tanto, e que a cada dia que não se sentia gata o suficiente atacava com um "ninguém me come"
Oh deus, quanta dor dizia eu. E vá fazer um chá, botar pra dormir e jogar tarô pra pobrezinha.

Mas a verdade que ninguém sabe é: adoro rir de todos eles. E me torno a cada dia mais leve nessa graça. O bom é que eles não sabem. Se pensam compreendidos e aprovados.

Só estou sendo simpática com os inocentes.
Pela minha própria saúde.

Amém!!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Flores



O amor não tem paciência, é muito jovem. Como ele era.
Já fazia três horas que ele estava lá fora. A moto estacionada sobre a calçada, bermuda de jogador de tênis, de uma geração que não era a sua. Camiseta pólo e aquele enorme buquê de flores largado sobre a grama.
Minha ansiedade aumentando a cada minuto. Por que ele não toca a campainha ou simplesmente vai embora ?
Lembro da primeira vez que falou comigo. Aparelho nos dentes, um sotaque terrível e a gagueira. Dois ou três anos tentando ser meu amigo. Apesar de toda minha indiferença ele insistiu. Telefonemas, cartas, cartões, caronas, flores.
Qual o adolescente normal que manda flores? Cartões? Abre portas de carro?
Eu não queria ninguém para me tratar bem. Queria emoção, dor, sofrimento e indiferença. Assuntos quentes.

Ele ficou ali mais uma hora. Eu lá dentro escondida, rezando para que ele se fosse.
Ouvi o barulho da moto. Se foi... Alívio!

Anos depois – talvez 10 anos depois – uma multidão se acotovelando na feira de design. Estou correndo até o estande da empresa e bato de frente com ele! Sem aparelho nos dentes, sem moto e sem flores. Bonito, terno bem cortado, elegantérrimo.
Oi – diz ele – quanto tempo. Como vai?O que fazes?Onde?Como?Estás ótima...
Olho e ouço minha voz que responde automática, sem meu comando mas rimada e sedutora.
É o momento de refazer tudo, reparar o erro e finalmente ter a coragem de aceitar o amor.
Ele me abraça.
Que bom te ver, estás muito bem, boa sorte.
Fico parada, paralisada.
O amor da minha vida segue e abraça uma loira belíssima. Saem sorrindo.

De noite em casa conto as motos que passam lá fora.
Vai parar, vai parar...
Lembro que está na hora de trocar as flores do vaso da sala e pego no sono.
Ele ainda não tocou a campainha.

segunda-feira, 30 de março de 2009

A Leveza do não



Dizer não é básico para a liberdade. Essa frase feita traz o paradoxo do não. Negar é ser dono do direito de expressão.
Desde que nasci busquei o conforto do sim.
- Claro mãe.
- Sim meu pai.
- Posso Professora.

Lembro que minha madrinha sempre valorizava muito minha disponibilidade. Meus avós gostavam, minhas tias. Todos.
E assim me tornei refém da aprovação alheia, daqueles que queria imitar.

Um sem fim de concordâncias me levaram pelo caminho da aceitação. Aos poucos e dolorosamente percebi que o SIM era uma jaula de luxo onde me fechei voluntariamente.

Confesso que dói ainda. Cada NÃO quebra uma imagem do passado que é acervo de meu museu particular. Mas essa quebra me deixa caminhar mais leve. Derrubar os ídolos.

SIM, eu posso ser dona dos meus NÃOs !!
A cada dia de NÃOs pra fora mais SIMs pra dentro me sobram.

Tenho até medo. Mais NÃOs ainda, podem me fazer voar, tão leve fica o peso de estar no mundo.

Lembro das receitas de minha vó, uma doceira perfeita.
- um pouco de açúcar
- 2 rodas de azeite
- uns pingos de leite

Assim devo seguir
- um sim, 2 não
- 3 não, 6 sim
- um toque de não sei.

E se eu passar do ponto?
Se os NÃO ganharem vida e saírem gigantes como King Kong nas avenidas da minha vida, amassando carros, assustando criancinhas?

Não tem volta. É tarde, que bom. Meu NÃO é meu tapete voador e me leva extamente onde quero , e só onde quero ir.

domingo, 15 de março de 2009

Yes !



Já é ano novo !!



Amanhã volto ao trabalho.
Segunda-feira.
Mês de Março.
Ano novo.

Passado o Carnaval e nos últimos dias do verão, voltando ao trabalho, sim - agora o ano começa.
Só que ele já está quase na metade.
Quando passar o feirão será o meio do ano.
E logo depois já estará chegando o Natal.

É assim que funciona a vida. Um intervalo rápido de tempo onde nos iludimos diariamente sobre a duração e permanência das coisas, dos dramas, das relações, dos problemas, dos amores, das dores, das alegrias, da presença das pessoas, de tudo.


Conforme o tempo - como o percebemos - passa, mais alto fica o ponto de onde vejo a vida. Como uma montanha que se vai subindo e aumentando a visão do vale. Novos intervalos de tempo, outra dimensão das coisas.

A desilusão é a maior fonte de paz que um ser humano pode acessar.

A vida é realmente bela.

segunda-feira, 9 de março de 2009

sábado, 24 de janeiro de 2009

Casa Nova


Mudança é sempre difícil.

Ainda mais quando está tão bom ficar ali - de onde não queremos sair - como diz uma amiga muito querida "preciso aprender a dar tchau pro cocô!!"

E a mente é mesmo um saco sem fundo. Nas resoluções de ano novo passadas uma casa nova, minha, sem aluguel era um dos planos. Ok - hora de estar feliz

É, o contentamento é mais do que efêmero. É impossível ! O que nos lembra que nada no mundo das formas pode ser fonte de preenchimento real.

ok, mas isso não nos impede de ir brincando com essas coisinhas, mas querida Xica - é só brincadeira lembra!!

Sempre que a mudança chega e resisto a ela lembro que se eu tivesse sido sempre feliz nas minhas primeiras escolhas teria ficado parada por todo esse tempo.

E todos os lugares onde morei?

Todos os empregos que tive?

Todos os amigos que fiz e desfiz?

Todos os mestres que segui?

Os homens que amei?


Seria mais pobre a brincadeira, então viva a mudança.

Ela agita a festa!